A hipertensão atinge um número cada vez maior de indivíduos em todo o mundo, tornando-se um grande problema de saúde pública principalmente em países desenvolvidos. A preocupação de como propor um programa de atividade física eficiente para este público aumenta de acordo com a evolução da Ciência do Esporte.
A hipertensão arterial (HA) pode ser definida como pressão sistólica maior ou igual a 140 mmHg (milímetros de mercúrio) e/ou pressão diastólica maior ou igual a 90 mmHg em adultos. Estudos mostram que o risco relativo de uma pessoa tornar-se hipertensa é muito maior naquelas que tem baixa capacidade física. Sendo assim, a prática de exercícios torna-se um grande coadjuvante na prevenção e no tratamento da HA.
Os exercícios aeróbios (longa duração e intensidade moderada) são sabidamente benéficos ao hipertenso tendo uma influencia tão significativa como a de alguns medicamentos anti-hipertensivos. Isto ocorre provavelmente por redução do tônus simpático que leva a diminuição da Pressão Arterial (PA). A adaptação da Freqüência Cardíaca (F.C.) ao exercício aeróbico (bradicardia de repouso) é outro ponto significativo na melhora do quadro hipertensivo.
Atualmente os exercícios de força (principalmente a musculação) tornaram-se mais um aliado no tratamento da HA, como complemento à atividade aeróbica. Tempos atrás essa indicação seria julgada de forma negativa, porém estudos recentes* comprovam benefícios significativos para estes indivíduos. Apesar de serem observados picos pressóricos durante esse tipo de treinamento, após o exercício observa-se um quadro de hipotensão (baixa da PA) que a longo prazo provoca adaptações positivas.
Indicações - Toda a prática esportiva para indivíduos hipertensos deve haver liberação médica. De acordo com as Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial, é recomendada a prática de três a cinco sessões de treino aeróbio por semana com intensidade de 60 a 80% da Freqüência Cardíaca Máxima. Em relação aos exercícios de força, a intensidade sugerida é de até 50% da contração voluntária máxima (1RM) com treinos suplementares aos aeróbicos. Vale lembrar que o controle da respiração, principalmente durante a musculação, é de grande importância ao hipertenso.
O hipertenso sempre deve evitar a manobra de Valsalva (exalar forçadamente o ar contra os lábios fechados e nariz tapado), pois esta reação respiratória eleva os níveis pressóricos de forma desnecessária.
Assim, a atividade física bem orientada, dentro dos níveis de intensidade e volume recomendados, pode e deve ser indicada ao indivíduo hipertenso, agindo de forma imprescindível na melhora do quadro geral de sua saúde.
*Pescatello LS. Exercise and Hypertension: recent advances in exercise prescription. Curr Hipertens Rep 2005, 7(4):281-6.
Revisao Artigo Cientifico
Nenhum comentário:
Postar um comentário